quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Atos dos Apóstolos - I

Um autor coloca que talvez o episódio da conversão de Paulo (luz intensa, soldados atônitos, a cegueira, a voz que só ele conseguia ouvir), que interrompeu sua viagem a Damasco quando ia prender aqueles da "nova seita", não seja mais que uma história digna das famosas tragédias gregas encenadas nos teatros (com as quais Paulo certamente estava bastante familiarizado).

Para cativar o interesse e a atenção dos gentios para o seu ministério (e os gregos representavam o mundo culto da época), é natural que Paulo tenha utilizado uma forma comum de comunicação de massas de sua época (a mídia local): o drama.

Para os que buscam a verdade, porém, o que importa é a essência, a mensagem.

A luz de Paulo foi a sua consciência ao ser despertada pelas palavras que ouviu em seu coração: "Saulo, Saulo, porque me persegues?"

Naquele momento Paulo teve a percepção de quem ele era e porque fazia aquelas coisas horríveis contra os seguidores daquela seita que ele nem conhecia direito:

"eu sou um homem sujeito às mesmas paixões que vocês (gregos)"

"o bem que quero não faço, mas o mal que não quero este faço"

"miserável homem que sou... quem me livrará do corpo desta morte?"

Ele era um perseguidor porque havia ódio em seu coração... e havia ódio em seu coração porque não havia esperança dentro dele; andava em trevas.

A luz lhe mostrou o quanto andava cego (assim como cego ficou por uma semana até voltar a enxergar com outros olhos, os olhos da fé).

Esta foi a mensagem de Cristo: ter esperança. 

Jesus ensinou que o Espírito de Deus habita o interior do homem.



segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Atos dos apóstolos - breve introdução

“...examinando cada dia, nas Escrituras, se estas coisas eram assim.” At. 17:11


Após a pregação de em Tessalônica, Paulo foi enviado à cidade de Bereia para pregar o evangelho. 

Aqueles que o ouviram aceitaram com alegria a mensagem, porém não se sentiram constrangidos de examinar as Escrituras, verificando se o que eles estavam ouvindo era assim mesmo.

A religião deve criticar a própria religião. De tempos em tempo é hora de verificar as tradições religiosas e examinar, nas Escrituras, "se estas coisas eram assim"...

Atos dos Apóstolos apresenta os primórdios do caminho trilhado pelos apóstolos para fortalecer a fé dos novos convertidos na esperança da vinda do reino de Deus, conforme as Escrituras.

Eram tempos difíceis. Havia muitos falsos profetas confundindo as congregações, muitas discórdias doutrinárias (se a salvação deveria ser exclusiva dos judeus ou extensiva aos gentios), muitas perseguições, emboscadas e prisões esperando os apóstolos em cada cidade.


Atos foi escrito aproximadamente duas décadas após a morte de Jesus. Não é um livro devocional, mas histórico-documental. Está muito bem amarrado às datas em que autoridades romanas estiveram no poder, apresentando com bastante fidelidade um relatório das viagens missionárias de Paulo e seus companheiros.

Na sua defesa perante o governador romano Félix, Paulo emprega um termo muito apropriado ao se referir ao que os judeus acusam de "seita". Ele o chama de Caminho!

O evangelho é Caminho, Jesus é O Caminho...

"Conforme àquele Caminho, sirvo a Deus crendo tudo que está escrito na Lei". (At. 24:14)

sábado, 2 de novembro de 2013

Atos dos apóstolos

Passei algum tempo lendo diversos autores, suas opiniões e conceitos sobre temas religiosos.

Dentre os que li, destaco:

1."Quem Jesus foi, quem Jesus não foi", de Bart D. Ehrman. Neste livro o autor faz um levantamento das principais inconsistências por trás do NT com relação à vida de Jesus, mas em nenhum momento afirma que estejam erradas porém fruto de uma contextualização natural.

2."Outro cristianismo é possível", do Pe. Roger Lenaers. Ele afirma que a doutrina da fé construída sob o axioma de conceitos medievais perdeu sua validade, não perdendo, no entanto, a própria mensagem da fé.

3."Jerusalém, Jerusalém", de James Carroll. Ele demonstra como a força mística da Cidade Santa tem inflamado, ao longo de quase 5000 anos de história, as principais religiões do planeta: judaismo, islamismo e cristianismo.

4."Ciência x espiritualidade", Deepak Chopra e Leonard Mlodinow. Duas visões distintas de mundo: um defende que a realidade existe numa consciência que antecede a vida no Universo e o outro acredita que só a física pode explicar a criação do cosmos. Um debate intrigante, porém respeitando os pontos de vista do outro.

5."O paradoxo da Serpente", de Silvio Fiorani. Cristianismo, a fé usurpada.

6."Ressurreição, história e mito", de Geza Vermes. "O dilema a ser enfrentado e resolvido (neste livro) é como reconciliar a extrema importância atribuída à ressurreição, pela cristandade, com o muito limitado montante de interesse perceptível pelo tema no ensinamento autêntico de Jesus".

Porém agora está na hora de ler o maior de todos os livros, a bíblia, e pedir orientação a Deus para chegar um pouquinho mais perto da verdade que se possa permitir a um amador, mortal e pecador como eu.

Meu estudo começa por Atos dos Apóstolos, por ter sido o primórdio da florescente fé em Jesus.

Ali a fé ainda não sofreu influências de teólogos, doutrinadores, exegéticos, e principalmente do cristianismo ortodoxo romano do IV século (aliás os primeiros seguidores de Jesus ainda nem eram chamados de cristãos - At 11:26).

É empolgante, para mim, essa busca pela nascente de onde brotou a fé em Jesus, pura, límpida, simples, cristalina.

Nascente do Rio São Francisco