quinta-feira, 16 de maio de 2013

E SE NÃO EXISTIR???

Alguns autores religiosos mais modernos colocam algumas questões interessantes: e se não existir vida após a morte, e se não existir céu nem inferno, e se a alma não for imortal?

Se descobríssemos que todos os dogmas e certezas religiosas fossem, na verdade, criações dos concílios ortodoxos estabelecidos a partir do IV século depois de Jesus para lançar os fundamentos de uma nova religião, o cristianismo, para se opor à religião judaica e, após o século VII, a do islã, e se fortalecer como instituição de poder político na Idade Média?

A pergunta é: o que mudaria na minha fé?

Descobrir que o reino de Deus é aqui na terra, como pensavam os judeus, que a bíblia foi escrita por pessoas normais, sujeitos a interpretações pessoais, regionais e temporais dos eventos que lhes eram contados oralmente e não um livro-oráculo infalível, que certos dogmas "santos" como a trindade, a essência divina de Jesus, a ressurreição, o paraíso, a recompensa eterna no céu... seriam capazes de mudar a fé de um devoto verdadeiro?

Será que o culto à personalidade, considerada divina, de Jesus substituiu, ao longo dos séculos, o dever de praticar o amor, a solidariedade e a confraternização que foram ensinadas por Ele?

Deixaria alguém de amar já que não pode mais esperar uma recompensa pós-morte?
Deixaria de fazer o bem já que não pode mais contar com uma aura divina "inspirando" sua bondade?
Deixaria de ser solidário já que as promessas de vida eterna, graça, galardão e paraíso são fruto de uma interpretação pessoal de determinado autor em momento de convulsão íntima?

Eu acho que não.

Parece que a vida tem mais sentido quando entendemos que foi aqui que Cristo viveu, amou e sofreu, por isso é aqui que devemos viver, amar e sofrer também.
Ter fé no ensinamento de Jesus é melhor do que ter fé no culto de sua personalidade, seja ela divina ou não, fomentada por pessoas de boa intensão mas entendimento naturalmente limitado contextualmente.

Se o céu (ou o inferno) fosse aqui, a vida seria mais intensa para muitos fiéis que vivem esperando morrer para alcançarem uma aposentadoria eterna de graça e delícias.

Não tenho a pretensão de estar certo (espero até estar errado), mas que a dúvida liberta a alma, isso sim!

Contato: pereirarquiteto@ig.com.br

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