sábado, 24 de novembro de 2012

BÍBLIA, BIBLIOTECA!

Alguns textos bíblicos não coincidirem no relato de certos episódios relativos a Jesus. Eles até se contradizem algumas vezes.

Há um grande distanciamento histórico-cultural entre o período em que foram escritos cada livro e deles em relação ao seu personagem principal: Jesus:

1-As Cartas de Paulo, escritas cerca de 50 d.C.
2-Evangelho de Marcos, 65 d.C.
3-Evangelhos de Mateus, Lucas e os Atos dos apóstolos, 80 d.C.
4-Evangelho de João, entre 90-95 d.C.

Estes autores não escreviam a "bíblia" como a conhecemos hoje, mas apenas cartas de recomendações, impressões pessoais de relatos ouvidos das tradições que circulavam pela palestina muito tempo depois de Jesus ter morrido. 

Eles viviam fora da palestina (eram gregos ou romanos), falavam uma língua diferente daquela do tempo de Jesus (aramaico) e tinham uma visão helenizada do mundo (mitológica, filosófica), diferente da visão judaica original.

Ler a bíblia, portanto, deve ser considerá-la um conjunto de escritos destes autores com suas visões,    pontos de vista e propósitos diferentes (sem qualquer compromisso em serem compêndios de história da vida e religião de Jesus, como não poderia deixar de ser), baseados nas tradições orais de diversos grupos cristãos de analfabetos, pobres, humilhados e oprimidos pelo império romano e sem qualquer expectativa quanto ao seu futuro e de suas famílias, que professavam sua fé em princípios entendidos como os mais próximos que se poderia entender da essência da proposta do Mestre para a sua salvação.

É tarefa do cristão moderno entender a revelação da mensagem de Cristo, registrada de forma muito pessoal por estes autores, e descobrir a verdade escondida por trás da mitologia, da cultura de época, que não encontram mais lugar na modernidade, mudando o foco dos símbolos do passado e colocando-o na essência por trás destes símbolos.

O cristão deve "prosseguir em conhecer Jesus... sempre".


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