CAPÍTULO I
Uma mesa está posta.
Há muitas frutas sobre ela. É preciso experimentar todas.
Cada uma fornece um determinado tipo de vitamina, nutriente essencial à saúde física e mental.
Cada fruta pode ser uma religião, uma cultura, um pensamento.
O preconceito e a cultura de massa e exploração nos leva a desprezar os hindus, os filósofos, os orientais, os judeus e até a ciência.
70% da bíblia cristã é judia, os outros 30% falam de alguém que foi judeu de nascença.
Comer apenas uma determinada fruta promove o raquitismo físico.
Absorver apenas um pensamento religioso promove a arrogância, o egoismo, a intolerância e o preconceito.
CAPÍTULO II
O hinduísmo, desenvolvido a partir do século XV a.C., estabeleceu o princípio de que "a Verdadeira libertação está em descobrir a essência da vida e perceber a identidade entre o em-si pessoal e o em-si universal, cósmico; ou seja, a identidade entre Brahman (o Absoluto, Deus) e o Atman (a presença de Brahman no homem)".
No século VI a.C., o filósofo grego Parmênides já afirmava que "a razão humana comporta uma ânsia básica de unidade e estabilidade que só pode ser satisfeita quando repousada no UM."
Heráclito de Éfeso, mais tarde, desenvolve o conceito filosófico de Logos: "princípio cósmico que confere ordem e racionalidade ao mundo", o mesmo princípio teológico ensinado por João em seu evangelho (600 anos depois) afirmando: "no princípio era o Verbo".
CAPÍTULO III
"Examinai TUDO, Retende o bem". I Tess 5:21.
O preconceito desenvolvido pelo ocidente em relação às outras culturas e religiões atende a propósitos que certamente não são os do evangelho.
As mesmas buscas, as mesmas inquietações e as mesmas opiniões que todas as culturas expressaram ao longo dos séculos demonstraram a preocupação sincera do homem em conhecer o Seu criador e a si mesmo (com acertos e erros).
CAPÍTULO IV - CONCLUSÃO
O cristianismo, infelizmente, é uma religião de EXCLUSÃO: excluiram os judeus, excluiram os grupos e evangelhos cristãos que não comungavam com a "santa igreja", excluiram o conhecimento filosófico grego, excluiram as religiões orientais, excluiram a ciência, excluiram até mesmo Jesus quando substituiram seus ensinamentos por dogmas da "igreja ortodoxa romana".
Hoje continuam excluindo novos conhecimentos, novos debates.
"Examinai tudo!"
sábado, 31 de agosto de 2013
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
O Verbo (Logos)
Segundo alguns autores, o Verbo, expresso na teologia do evangelho de João, encontra sua inspiração no Logos grego.
No Século VI aC, a partir da filosofia de Tales de Milão, o
Mythos (o mito) cede lugar ao pensamento filosófico, racional, inquiridor dos
processos da natureza e liberal.
Heráclito (c. 535-475 a.C.) teria afirmado:
"Todas as leis humanas alimentam-se de uma só lei divina: porque esta domina tudo o que quer, e basta para tudo e prevalece a tudo".
Surge o Logos como expressão da:
1.Palavra, linguagem, expressão;
2.Pensamento, razão, racionalidade;
3.Norma, conjunto de regras, leis naturais
e espirituais);
4.O Ser, essência, compreensão de si mesmo.
Portanto, quando João introduz a doutrina do Verbo
encarnado, a origem de TUDO está implícito em:
A Palavra, estabelece uma relação a partir da linguagem;
O Pensamento, dá sentido, é racionalidade;
As
Normas, estabelecem o princípio moral;
O Ser, estabelece a essência, sentido, a partir da consciência de que assim como Deus se apresentou a Moisés como o “Eu
Sou”, o homem também tráz a compreensão de si mesmo enquanto ser divino criado à imagem e semelhança daquele que "É".
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"A criação", Michelangelo. |
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Victor Hugo (pensamentos)
"A alma tem sede do Absoluto, e o Absoluto não é deste mundo."
"A morte é uma mudança de vestimenta. A alma que estava vestida de sombra vai ser revestida de Luz."
"Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem.
Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é espírito."
"A morte é uma mudança de vestimenta. A alma que estava vestida de sombra vai ser revestida de Luz."
"Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem.
Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é espírito."
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Victor Hugo (1802 - 1885) |
domingo, 11 de agosto de 2013
O corpo desta morte!
"Quem me livrará do corpo desta morte?" Rom. 7:24
"Não mais eu vivo, mas Cristo vive em mim." Gal. 2:20
"Não mais eu vivo, mas Cristo vive em mim." Gal. 2:20
O homem busca em Deus o ideal de perfeição a partir da consciência de sua condição.
Paulo se reconhece, a partir da consciência de si mesmo, imperfeito, violento, nu.
O ideal cristão (Cristo) é sobreposto à sua natureza humana como forma de alguma possibilidade
em alcançar o ideal de perfeição, como um avatar.
Ele luta para retirar de sobre si o corpo da sua própria natureza humana ("o corpo desta morte") substituindo por um outro corpo, desta vez o corpo ensanguentado de Cristo ("mas Cisto vive em mim").
O que há de comum entre esses dois corpos é que eles passaram pela violência.
Seja o "corpo da morte" quanto o corpo de Cristo, ambos foram vítima do que há de mais humano em tudo que existe na religião: a violência.
sábado, 10 de agosto de 2013
As Faces de Deus! (parte I)
"Disse Moisés: Rogo-te que me mostres a Tua glória." Respondeu o Senhor: "Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá".Êxodo 33:18-20.
"E acontecerá que, quando a minha glória passar, te porei numa fenda da rocha e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado.
E, havendo Eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; MAS A MINHA FACE NÃO SE VERÁ." Êxodo 33:22,23.
Ao longo da história o homem tem procurado responder a uma pergunta que aflora de seu íntimo: quem é Deus?
Reconhecendo a presença de Deus através da ação das forças da natureza, ele complementa suas inquietações com: onde Deus habita? como Ele se comunica conosco? qual o seu padrão de comportamento? do que Ele gosta e do que não gosta? o que lhe a grada? e, o mais importante, como posso agradá-lo e andar em sintonia com o Eterno?
Estas perguntas são inatas à natureza humana.
Mas Deus não pode ser visto, apenas PERCEBIDO!
Temos é um conceito de Deus à partir da percepção humana culturalmente condicionada à época em que este conceito foi formalizado. (isto será melhor desenvolvido na parte II)
Não poderia ser de outra forma: se o homem foi criado a imagem de Deus, naturalmente esta imagem trás consigo os contornos do objeto (ainda que o objeto se apresente desfocado na sua imagem refletida).
Se o homem sofre; Deus é um Deus sofredor!
Se o homem ama; Deus é um Deus que ama!
Se o homem é violento; Deus é o Senhor dos Exércitos!
Se o homem é intolerante; Deus é um Deus que se ira e mata em nome da justiça.
Se há momentos de caridade e bondade no homem; Deus é um Deus de misericórdia!
Se existe esperança no homem; Deus é um Deus de Fé!
A imagem buscando refletir o objeto!
Os judeus levavam a reverência a Jeová ao ponto mais extremo: nem lhe pronunciavam o nome.
Por que, então, os cristãos desenvolveram um padrão de caráter e ação para Deus chegando ao pondo de uma quase fotografia de Deus?
O Deus do cristianismo ficou tão íntimo e pessoal que muitos chegam a dormir com Ele, comer com Ele, sentir Sua respiração, ouvir seus sussurros, conhecer, de forma inequívoca, Sua vontade (até quando matam em Seu Nome).
O Deus suvenir: você pode ter o seu na prateleira da sua estante.
Há que se ter respeito, reverência e temor ao Nome de Deus (antes mesmo de se tentar conhecer o próprio Deus).
Quando o cristianismo declarou ao mundo que "deus havia se revelado afinal", a religião passou a ser o Seu porta-voz, o arauto da Sua vontade, não apenas nos negócios de fé, mas de Estado e da guerra.
"a minha face não se verá"
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
A verdadeira Religião
A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta; Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se incontaminado do mundo” Tiago 1.26-27.
Esta afirmativa do autor da carta de Tiago, ao meu ver, contém uma verdade e uma distorção de verdade.
A verdade é que "a religião pura e imaculada" consiste em ATITUDE.
Visitar órfãos e viúvas nas suas aflições é um dever de todo homem que professa a essência de Deus em si.
Se o homem foi criado a imagem de Deus, como diz o livro de Gênesis, então essa imagem se reflete em ATOS de atenção para com os necessitados, dentre muitas e muitas outras atitudes que devem (e podem) ser tomadas perante a sociedade.
Se a sociedade mergulha na corrupção e na mentira e a igreja não tem ATITUDE, mas está circunscrita a seu templo, ao seu corpo de membros, às suas estratégias para expansão do "evangelho", diga-se pregar que todos vão para o inferno e que Jesus é a única salvação... isto é ATITUDE? Reflete a imagem de um Deus que se preocupa com todos e não apenas em encher um saco com almas "salvas"?
Toda a história do Velho Testamento está pautada em uma FÉ COM ATITUDE. Apenas o Novo Testamento é que inaugurou um tipo de fé CONTEMPLATIVA, PASSIVA, SUBSERVIENTE, ACOVARDADA, EXCESSIVAMENTE PRUDENTE chegando a ser COMPLACENTE COM A CORRUPÇÃO, como convinha ao Estado Romano decadente do Imperador Constantino (século IV dC): "admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam..." Tito 3:1.
A distorção da verdade é afirmar que o "crente" deve "guardar-se incontaminado do mundo".
Já discutimos isso anteriormente: a heteronomia (duas ou mais realidades distantes uma da outra, opostas) entre bem x mal, céu x inferno, anjos x demônios, puro x impuro, salvo x perdido, eternidade com Deus x eternidade sem Deus, o salvador x o tentador.
Neste caso o mundo contamina, é perdição, só serve para pecar e destruir. O céu, ao contrário, é vida, luz, gozo eterno, prazer...
Três séculos depois do autor de Tiago escrever estas palavras, um poder venal, corrupto e manipulador lançou as bases do terror afirmando que a religião ortodoxa era o único meio de alcançar o paraíso distante onde mora o Deus severo e iracundo, apoiando-se naturalmente em Jesus que passou a ser subalterno aos dogmas desta religião e à Maria imaculada intercessora entre o Filho e o Pai.
Religião só é boa se reflete ATITUDE. Ponto!
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