sábado, 31 de agosto de 2013

Uma mesa diversificada em frutas

CAPÍTULO I


Uma mesa está posta.

Há muitas frutas sobre ela. É preciso experimentar todas.

Cada uma fornece um determinado tipo de vitamina, nutriente essencial à saúde física e mental.

Cada fruta pode ser uma religião, uma cultura, um pensamento.

O preconceito e a cultura de massa e exploração nos leva a desprezar os hindus, os filósofos, os orientais, os judeus e até a ciência.

70% da bíblia cristã é judia, os outros 30% falam de alguém que foi judeu de nascença.

Comer apenas uma determinada fruta promove o raquitismo físico.

Absorver apenas um pensamento religioso promove a arrogância, o egoismo, a intolerância e o preconceito.



CAPÍTULO II


O hinduísmo, desenvolvido a partir do século XV a.C., estabeleceu o princípio de que "a Verdadeira libertação está em descobrir a essência da vida e perceber a identidade entre o em-si pessoal e o em-si universal, cósmico; ou seja, a identidade entre Brahman (o Absoluto, Deus) e o Atman (a presença de Brahman no homem)".




No século VI a.C., o filósofo grego Parmênides já afirmava que "a razão humana comporta uma ânsia básica de unidade e estabilidade que só pode ser satisfeita quando repousada no UM."

Heráclito de Éfeso, mais tarde, desenvolve o conceito filosófico de Logos: "princípio cósmico que confere ordem e racionalidade ao mundo", o mesmo princípio teológico ensinado por João em seu evangelho (600 anos depois) afirmando: "no princípio era o Verbo".



CAPÍTULO III


"Examinai TUDO, Retende o bem". I Tess 5:21.

O preconceito desenvolvido pelo ocidente em relação às outras culturas e religiões atende a propósitos que certamente não são os do evangelho.

As mesmas buscas, as mesmas inquietações e as mesmas opiniões que todas as culturas expressaram ao longo dos séculos demonstraram a preocupação sincera do homem em conhecer o Seu criador e a si mesmo (com acertos e erros).

CAPÍTULO IV - CONCLUSÃO


O cristianismo, infelizmente, é uma religião de EXCLUSÃO: excluiram os judeus, excluiram os grupos e evangelhos cristãos que não comungavam com a "santa igreja", excluiram o conhecimento filosófico grego, excluiram as religiões orientais, excluiram a ciência, excluiram até mesmo Jesus quando substituiram seus ensinamentos por dogmas da "igreja ortodoxa romana".

Hoje continuam excluindo novos conhecimentos, novos debates.

"Examinai tudo!"





quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O Verbo (Logos)


Segundo alguns autores, o Verbo, expresso na teologia do evangelho de João, encontra sua inspiração no Logos grego.

No Século VI aC, a partir da filosofia de Tales de Milão, o Mythos (o mito) cede lugar ao pensamento filosófico, racional, inquiridor dos processos da natureza e liberal.
 
Heráclito (c. 535-475 a.C.) teria afirmado:
 
"Todas as leis humanas alimentam-se de uma só lei divina: porque esta domina tudo o que quer, e basta para tudo e prevalece a tudo".

Surge o Logos como expressão da:

         1.Palavra, linguagem, expressão;

         2.Pensamento, razão, racionalidade;

         3.Norma, conjunto de regras, leis naturais e espirituais);

         4.O Ser, essência, compreensão de si mesmo.

Portanto, quando João introduz a doutrina do Verbo encarnado, a origem de TUDO está implícito em:
      A Palavra, estabelece uma relação a partir da linguagem;
O Pensamento, dá sentido, é racionalidade;
As Normas, estabelecem o princípio moral;
O Ser, estabelece a essência, sentido, a partir da consciência de que assim como Deus se apresentou a Moisés como o “Eu Sou”, o homem também tráz a compreensão de si mesmo enquanto ser divino criado à imagem e semelhança daquele que "É".
"A criação", Michelangelo.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Victor Hugo (pensamentos)

"A alma tem sede do Absoluto, e o Absoluto não é deste mundo."

"A morte é uma mudança de vestimenta. A alma que estava vestida de sombra vai ser revestida de Luz."

"Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem.
Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é espírito."

Victor Hugo (1802 - 1885)

domingo, 11 de agosto de 2013

O corpo desta morte!

"Quem me livrará do corpo desta morte?" Rom. 7:24

"Não mais eu vivo, mas Cristo vive em mim." Gal. 2:20

O homem busca em Deus o ideal de perfeição a partir da consciência de sua condição.

Paulo se reconhece, a partir da consciência de si mesmo, imperfeito, violento, nu.

O ideal cristão (Cristo) é sobreposto à sua natureza humana como forma de alguma possibilidade
em alcançar o ideal de perfeição, como um avatar.

Ele luta para retirar de sobre si o corpo da sua própria natureza humana ("o corpo desta morte") substituindo por um outro corpo, desta vez o corpo ensanguentado de Cristo ("mas Cisto vive em mim").

O que há de comum entre esses dois corpos é que eles passaram pela violência.

Seja o "corpo da morte" quanto o corpo de Cristo, ambos foram vítima do que há de mais humano em tudo que existe na religião: a violência.







sábado, 10 de agosto de 2013

As Faces de Deus! (parte I)

"Disse Moisés: Rogo-te que me mostres a Tua glória." Respondeu o Senhor: "Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá".Êxodo 33:18-20.

"E acontecerá que, quando a minha glória passar, te porei numa fenda da rocha e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado.
E, havendo Eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; MAS A MINHA FACE NÃO SE VERÁ." Êxodo 33:22,23.

Ao longo da história o homem tem procurado responder a uma pergunta que aflora de seu íntimo: quem é Deus?

Reconhecendo a presença de Deus através da ação das forças da natureza, ele complementa suas inquietações com: onde Deus habita? como Ele se comunica conosco? qual o seu padrão de comportamento? do que Ele gosta e do que não gosta? o que lhe a grada? e, o mais importante, como posso agradá-lo e andar em sintonia com o Eterno?

Estas perguntas são inatas à natureza humana.

Mas Deus não pode ser visto, apenas PERCEBIDO!

Temos é um conceito de Deus à partir da percepção humana culturalmente condicionada à época em que este conceito foi formalizado. (isto será melhor desenvolvido na parte II)

Não poderia ser de outra forma: se o homem foi criado a imagem de Deus, naturalmente esta imagem trás consigo os contornos do objeto (ainda que o objeto se apresente desfocado na sua imagem refletida).

Se o homem sofre; Deus é um Deus sofredor!
Se o homem ama; Deus é um Deus que ama!
Se o homem é violento; Deus é o Senhor dos Exércitos!
Se o homem é intolerante; Deus é um Deus que se ira e mata em nome da justiça.
Se há momentos de caridade e bondade no homem; Deus é um Deus de misericórdia!
Se existe esperança no homem; Deus é um Deus de Fé!

A imagem buscando refletir o objeto!

Os judeus levavam a reverência a Jeová ao ponto mais extremo: nem lhe pronunciavam o nome. 

Por que, então, os cristãos desenvolveram um padrão de caráter e ação para Deus chegando ao pondo de uma quase fotografia de Deus? 

O Deus do cristianismo ficou tão íntimo e pessoal que muitos chegam a dormir com Ele, comer com Ele, sentir Sua respiração, ouvir seus sussurros, conhecer, de forma inequívoca, Sua vontade (até quando matam em Seu Nome). 

O Deus suvenir: você pode ter o seu na prateleira da sua estante.

Há que se ter respeito, reverência e temor ao Nome de Deus (antes mesmo de se tentar conhecer o próprio Deus).

Quando o cristianismo declarou ao mundo que "deus havia se revelado afinal", a religião passou a ser o Seu porta-voz, o arauto da Sua vontade, não apenas nos negócios de fé, mas de Estado e da guerra.

"a minha face não se verá"





sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A verdadeira Religião

A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é estaVisitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se incontaminado do mundo” Tiago 1.26-27.

Esta afirmativa do autor da carta de Tiago, ao meu ver, contém uma verdade e uma distorção de verdade.

A verdade é que "a religião pura e imaculada" consiste em ATITUDE.

Visitar órfãos e viúvas nas suas aflições é um dever de todo homem que professa a essência de Deus em si.
Se o homem foi criado a imagem de Deus, como diz o livro de Gênesis, então essa imagem se reflete em ATOS de atenção para com os necessitados, dentre muitas e muitas outras atitudes que devem (e podem) ser tomadas perante a sociedade.

Se a sociedade mergulha na corrupção e na mentira e a igreja não tem ATITUDE, mas está circunscrita a seu templo, ao seu corpo de membros, às suas estratégias para expansão do "evangelho", diga-se pregar que todos vão para o inferno e que Jesus é a única salvação... isto é ATITUDE? Reflete a imagem de um Deus que se preocupa com todos e não apenas em encher um saco com almas "salvas"?

Toda a história do Velho Testamento está pautada em uma FÉ COM ATITUDE. Apenas o Novo Testamento é que inaugurou um tipo de fé CONTEMPLATIVA, PASSIVA, SUBSERVIENTE, ACOVARDADA, EXCESSIVAMENTE PRUDENTE chegando a ser COMPLACENTE COM A CORRUPÇÃO, como convinha ao Estado Romano decadente do Imperador Constantino (século IV dC): "admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam..." Tito 3:1.

A distorção da verdade é afirmar que o "crente" deve "guardar-se incontaminado do mundo".

Já discutimos isso anteriormente: a heteronomia (duas ou mais realidades distantes uma da outra, opostas) entre bem x mal, céu x inferno, anjos x demônios, puro x impuro, salvo x perdido, eternidade com Deus x eternidade sem Deus, o salvador x o tentador.

Neste caso o mundo contamina, é perdição, só serve para pecar e destruir. O céu, ao contrário, é vida, luz, gozo eterno, prazer...

Três séculos depois do autor de Tiago escrever estas palavras, um poder venal, corrupto e manipulador lançou as bases do terror afirmando que a religião ortodoxa era o único meio de alcançar o paraíso distante onde mora o Deus severo e iracundo, apoiando-se naturalmente em Jesus que passou a ser subalterno aos dogmas desta religião e à Maria imaculada intercessora entre o Filho e o Pai.

Religião só é boa se reflete ATITUDE. Ponto!
Ter ATITUDE!