segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Revolucionando a fé

A mensagem de Jesus aparentemente pouco (ou nada) tinha haver com a esperança de ressurreição após a morte biológica.

Sua mensagem dizia respeito à chegada do Reino de Deus ao mundo através do novo nascimento – da água e do espírito.

Ele chega a afirmar que “dos que aqui estão alguns não experimentarão a morte até que tudo tenha se cumprido”. Uma esperança imediata, real.

Verdade é que Jesus fez vários sinais – inclusive ressuscitar mortos. Porém estes sinais visavam chamar a atenção para a chegada do Reino e dar autenticidade à Sua autoridade, e não se tornar o fim em si mesmos.

Após a ressuscitação de Jesus, a bíblia relata que muitos cristãos não creram, e até os discípulos e Maria Madalena se espantaram do ocorrido ate que um “anjo” lhes anunciasse a “boa nova da ressurreição”. Ou seja, ressurreição biológica era algo não cogitado pelos cristãos que ouviram e conviveram com Jesus.

Coube a Paulo lançar as bases de uma teologia que devolvesse fé e esperança aos novos convertidos confusos com a morte de seu messias prometido.

Recém-convertido, de elevada cultura e inteligência, este apóstolo tardio desenvolveu a doutrina da esperança no Cristo ressurreto dos mortos, passando a ser esta a razão máxima da fé cristã, como ele coloca em suas epístolas.

A partir deste momento, a fé na ressurreição dos mortos tomou o lugar da fé simples de uma vida “no espírito”, como Jesus havia ensinado, a tal ponto que o próprio Paulo passa a afirmar que não pode haver esperança sem ressurreição da morte física.

Minha pergunta é: apesar das boas intensões de Paulo em devolver esperança aos novos crentes, a supervalorização da ressurreição não desviou a fé daquilo que era mais importante no ensino de Jesus, ou seja, uma vida plena através de uma “nova vida” vivida na consciência de que o espírito de Deus habita o interior do homem e que por isso ele deve abandonar as obras da carne?

E se a ressurreição de Jesus for um mito? Sua mensagem pura de um novo nascimento no espírito poderá subsistir e revolucionar o cristianismo atual?


Poderia Cristo continuar a reinar em nossos corações se o mito da ressurreição morresse?


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