segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A Matemática da Fé

Há três momentos distintos na compreensão do evangelho no I século:

1º momento:  Fé  +  obras da Lei  +  judeus;

Tiago, líder da Igreja em Jerusalém, defendia que Jesus era o Messias dos judeus exclusivamente para libertação dos judeus, conforme a escritura, e que a salvação era pela no Messias e prática dos ritos judaicos, especialmente a circuncisão.

2º momento:  +  obras da Lei   judeus   gentios;

Pedro, membro da Igreja em Jerusalém, admite que a salvação pode ser extensiva aos gentios, conforme um sonho que teve.

3º momento: ( + graça + judeus  +  gentios obras da Lei;

Paulo exclui as obras da Lei e introduz a teologia da graça divina, pregando a salvação, pela graça e não pela Lei, primeiro aos judeus depois aos gregos (gentios).

4º momento: (  + graça +  gentios ) - ( obras da Lei   judeus ).

Rejeitado pelos judeus, Paulo amaldiçoa o povo de Israel voltando-se exclusivamente para os gentios, pregando que é necessário se libertar das práticas da Lei. Paulo, portanto, exclui os judeus e sua Lei da sua teologia da graça divina

Pode-se perceber que a evolução do pensamento cristão começou pelos judeus e terminou pelos gentios, começou pela Lei e terminou pela graça.

O que diria Jesus de tudo isso?

"(Disse Jesus:) Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir." Mateus 5:17

Jesus Parece manter uma forte ligação com a Lei durante o seu ministério.  Jesus reprova, sim, as práticas sacerdotais de sua época que transformaram a Lei em um tão grande fardo que nem eles mesmos podiam carregar.

Neste sentido, poderiamos afirmar que o Cristo conclama seu povo de Israel à voltar ao espírito da Lei, e não à letra morta?

"Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos." Marcos 7:27

De onde Paulo retirou a doutrina da GRAÇA disassociado às práticas da LEI?

domingo, 26 de janeiro de 2014

Estou de volta!

Neste novo ano de 2014, pretendo retomar a pesquisa sobre a essência do evangelho de Jesus.

Após a leitura de Atos dos Apóstolos, pude perceber o seguinte:

1.A base da autoridade dos apóstolos, após a morte de Jesus, foi a afirmação de que aquele carpinteiro de Nazaré era o Cristo das profecias, cuja ênfase na sua ressurreição foi o atestado incontestável da sua autoridade como o Filho de Deus.

2.No primeiro século duas doutrinas entram em rota de colisão:

2.1. A fé no Cristo ressuscitado deve ser acompanhada das práticas judaicas (as "obras" segundo Tiago, líder da igreja em Jerusalém).

2.2. Surge Paulo pregando a mesma fé no Cristo porém desassociado das práticas do judaísmo, uma fé incondicional mediante a graça "sem as obras da Lei".

Estas duas correntes entram em choque no livro de Atos.

No tempo que existiu a congregação de Jerusalém (até 70 dC) parece ter prevalecido a doutrina da fé acompanhada das práticas do judaísmo.

Apenas depois que os cristãos-judeus iam sendo sacrificados pelo governo de Roma (até seu banimento total) é que a doutrina da fé sem as obras de Paulo encontrou campo fértil para florescer, consolidando-se com a adoção do cristianismo como religião oficial do estado romano.

Atualmente é comum a tentativa de associar as duas posições, evitando-se a contradição.

O livro de Atos demonstra que haviam dúvidas, questionamento, reconsiderações. A doutrina não era hermética e incontestável, como acontece hoje. Os debates eram saudáveis e evitavam o sucateamento da fé.