Neste novo ano de 2014, pretendo retomar a pesquisa sobre a essência do evangelho de Jesus.
Após a leitura de Atos dos Apóstolos, pude perceber o seguinte:
1.A base da autoridade dos apóstolos, após a morte de Jesus, foi a afirmação de que aquele carpinteiro de Nazaré era o Cristo das profecias, cuja ênfase na sua ressurreição foi o atestado incontestável da sua autoridade como o Filho de Deus.
2.No primeiro século duas doutrinas entram em rota de colisão:
2.1. A fé no Cristo ressuscitado deve ser acompanhada das práticas judaicas (as "obras" segundo Tiago, líder da igreja em Jerusalém).
2.2. Surge Paulo pregando a mesma fé no Cristo porém desassociado das práticas do judaísmo, uma fé incondicional mediante a graça "sem as obras da Lei".
Estas duas correntes entram em choque no livro de Atos.
No tempo que existiu a congregação de Jerusalém (até 70 dC) parece ter prevalecido a doutrina da fé acompanhada das práticas do judaísmo.
Apenas depois que os cristãos-judeus iam sendo sacrificados pelo governo de Roma (até seu banimento total) é que a doutrina da fé sem as obras de Paulo encontrou campo fértil para florescer, consolidando-se com a adoção do cristianismo como religião oficial do estado romano.
Atualmente é comum a tentativa de associar as duas posições, evitando-se a contradição.
O livro de Atos demonstra que haviam dúvidas, questionamento, reconsiderações. A doutrina não era hermética e incontestável, como acontece hoje. Os debates eram saudáveis e evitavam o sucateamento da fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário