domingo, 14 de julho de 2013

Religião deve criticar a própria religião

PARTE II - SURGIMENTO DO CRISTIANISMO


O cristianismo, a despeito de alguns acharem que, por tem este nome, foi criado por Cristo, não é verdade.

Cristianismo foi uma religião criada no IV século d.C. inspirada na figura e carisma de Cristo.

Jesus, chamado o Cristo (Messias no hebraico) não criou religião, nem escreveu qualquer carta ou evangelho, nem ordenou qualquer sucessor que continuasse seu trabalho após a sua morte.

Nas primeiras décadas após sua partida, seus discípulos divulgaram versões de seus ensinos que, mais tarde, foram registradas em evangelhos e cartas às igrejas (reunião doméstica dos primeiros convertidos e não instituição ou denominação como a conhecemos hoje).

O Imperador romano Constantino, no século IV d.C., reuniu alguns bispos, sob sua ordem, e dirigiu o primeiro concílio para estabelecer uma ortodoxia que deveria prevalecer sobre os outros grupos religiosos e considerar anátema todas as outras versões e interpretações acerca dos ensinos e da personalidade de Jesus.

Assim foram escolhidos os 66 livros que compõem a bíblia, ordenando que todos os outros escritos fossem considerados apócrifos, e aqueles que os lessem passivos de excomunhão da comunidade cristã e, posteriormente, a morte.

Com discussões acaloradas e nem sempre "santas", foram sendo estabelecidos muitos dos dogmas que influenciaram para sempre toda a cristandade, inclusive os evangélicos: a trindade, o céu x o inferno, o celibato, a consubstanciação do corpo de Cristo no pão e no vinho, o pecado x a recompensa no céu, culminando com o culto à Maria como intercessora entre Deus e os homens (um autor católico afirma que o culto à Maria surgiu, provavelmente, para compensar a necessidade que os prelados sentiriam de se relacionar com a figura feminina, já que o celibato proibia o contato com o sexo oposto.)

Assim foi edificado o Cristianismo, instituição romana à serviço do poder venal.

Se Deus trabalhou certo através de mãos erradas, só a fé de cada um pode aquilatar.

Contato com o autor: pereirarquiteto@ig.com.br

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Religião deve criticar a própria religião

PARTE I - O SURGIMENTO DA RELIGIÃO

O surgimento da religião se deu, provavelmente a cerca de 12 mil anos, com o fim da era pré-histórica.

No momento em que o homem passou de caçador-coletor a domesticador de animais e produtor de seu próprio alimento (agricultura), passando de nômade para sedentário, a religião surgiu como unificador em torno de crenças comuns, incentivando os conceitos de moral, direitos, respeito, limites, imprescindível para uma convivência pacífica e a sobrevivência de um grupo que, pela primeira vez na história, se preocupava (e fazia planos) com o futuro.

Antes disso, o homem se via como parte da natureza, sem distinção.

Agora ele se percebe  diferente, superior aos animais, controlador do tempo, das estações.

Com a sistematização das atividades em torno da produção agrícola e da domesticação de animais para a execução de tarefas repetitivas e pesadas, sobrou mais tempo para o homem pensar.

A nova arte do pensamento junto com o compartilhamento em torno de crenças comuns em divindades que ordenavam as forças da natureza estabeleceu o fundamento da religião moderna.

As descobertas em sítios arqueológicos de civilizações muito antigas (mais antigas que a própria civilização egipsia) demonstraram que, no centro daquelas pequenas comunidades, em geral, havia um templo, local de reuniões, adoração e, provavelmente, local de sacrifícios ou culto aos mortos.

Segundo alguns escritores modernos, um contrassenso é que a religião, que também surgiu para frear a violência inerente ao homem, tenha sido, historicamente, um fator de incremento de mais violência ainda, chegando a afirmar que religião e violência são dois lados da mesma moeda. Muitas vezes, para controlar a violência de grupos pequenos dentro da comunidade, a religião lançou mão da própria violência e em proporção muitas vezes maior.

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Religião X Estado



O patriarca dos judeus, Abraão, recebe uma tarefa que era muito comum em sua época: sacrificar
o seu filho em holocausto.

Porém, na última hora, Jeová intervém no sentido de poupar a vida de Isaque. 

Está instituído, pela primeira vez, um princípio moral e ético que mudaria a humanidade para sempre  inaugurando o conceito de civilização: a vida humana é importante para Deus e deve ser preservada, protegida e inviolada.

Na época dos reformadores da igreja (Lutero, Clavino), um novo princípio iria ser instituído: o da separação entre igreja e estado.

A promiscuidade de poder (e pelo poder) que havia entre reis e o clero, onde muitas vezes o papa não apenas intervinha nas questões políticas mas tomava decisões de estado sob uma suposta determinação divina, como no caso da convocação das cruzadas para as famosas "guerras santas", levaram os reformadores protestantes do século XVI a tal atitude.

No entanto, este princípio trouxe também, para os nossos dias, consequências negativas: a moral e ética religiosa foi banida definitivamente da esfera secular.

Por isso é possível termos um povo desonesto, políticos corruptos, empresários gananciosos, instituições suspeitas, dentro de um país de tradições religiosas, como o Brasil.

A vida social foi, total e irremediavelmente, desvinculada da consciência.


Contato: pereirarquiteto@ig.com.br