Um dia o rabino Eliezer se envolveu numa acalorada discussão sobre um aspecto do ensinamento na Torá.
Como seus colegas se recusassem a acatar sua opinião, ele pediu a Deus que confirmasse seu acerto com uma série de milagres:
Uma alfarrobeira se movimentou sozinha por quatro côvados;
A água de um canal das proximidades correu para trás;
As paredes da casa de estudo estremeceram violentamente, como se fossem desabar.
Mas os rabinos não se convenceram e até pareceram desaprovar a superprodução divina.
Desesperado, Eliezer pediu ajuda a uma voz celestial, que prontamente o atendeu:
"O que tendes contra o rabino Eliezer? A coisa é assim mesmo como ele diz".
Sem se impressionar, um dos rabinos chamado Joshua se limitou a citar a Torá de Deus:
"Porque este mandamento que hoje te ordeno, te não é encoberto e tampouco está longe de ti.
Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o façamos?
Porque esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a fazeres."
Deuteronômio 30:11-12-14
A Torá já não era propriedade do céu; ela descera à terra, no monte Sinai, e agora estava guardada no coração de cada judeu. "Por isso não damos ouvidos a uma voz celestial", Joshua concluiu com firmeza.
Dizia-se que, ao escutar isso, Deus riu e falou:
"Meus filhos me conquistaram, eles cresceram. Em vez de aceitar servilmente opiniões impostas de cima, pensam por si mesmos." (1)
(1) Baba Metziah, A Rabbinic Anthology, pp. 340-I, citado por Karen Armstrong, (Idem) p. 101
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